sexta-feira, 1 de março de 2013

Quem somos?


    O PEAC – Programa Encaminhar: Ação Cidadã é uma ação de extensão da Universidade Estadual de Feira de Santana-Ba com resolução CONSEPE 072/2012.
    O Programa tem como objetivos implantar escolas de formação esportiva e contribuir com a capacitação de profissionais e estudantes através de Ciclos de Formação em Esporte e áreas afins. O público a ser atendido com o programa, em sua Escola de Esporte, será (em seu projeto piloto)  120 jovens de 09 a 14 anos moradores de bairros circunvizinhos a Universidade Estadual e Feira de Santana-Ba. Já com os Ciclos de Formação o objetivo é a capacitação, no ensino do esporte, capoeira e primeiros socorros (e outras temáticas), de estudantes de Educação Física e profissionais da Rede Pública Municipal e Estadual de Ensino
    Numa proposta interdisciplinar e transdiciplinar o PEAC propõe  o ensino e aprendizado de saberes necessários para formação humana e em seu  I Ciclo de Formação com a temática: Esporte e Projeto sociais, busca discutir sobre o esporte enquanto produção cultural humana e, portanto, como um “bem” que deve está a serviço da humanidade.
                                                                       
                                                      GRUPO PEAC

Equipe PEAC


NOME COMPLETO
ENDEREÇO DO CURRÍCULO NA PLATAFORMA LATTES*

JADERSON SILVA BARBOSA
EVÓDIO MAURICIO RAMOS
http://lattes.cnpq.br/9465362636921446
JOÃO DANILO BATISTA DE OLIVEIRA
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4759625Z8
FÁBIO SANTANA NUNES
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4738595Z8
RAÍSSA LIMA LAGO
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4303025Y6
DANDARA DE BRITO ARAÚJO
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4303316H6
FELIPE JOSÉ CARVALHO LIMA
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4806933J7
IRVING RODRIGUES DE MATOS
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4301501Z4
REINAM KAÍQUE DA SILVA SANTOS
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8115631J9
MARIVALDO ARAUJO DE ANDRADE
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8162345U8
FILIPE CARDOSO PEDRA 

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8752679T2

Programa Encaminhar: Ação Cidadã (PEAC)


 
Jaderson Silva Barbosa -UEFS/BA                e-mail: jsbesportes@bol.com.br

Denize P. de A. Freitas-UEFS/BA                  e-mail: denizefreitas0505@gmail.com

Carla Borges de Andrade -UEFS/BA              e-mail: carlabajs@hotmail.com

Evódio Mauricio Ramos-UEFS/BA                e-mail: mauriciooraoli@hotmail.com

 

RESUMO

O PEAC – Programa Encaminhar: Ação Cidadã é uma ação interdisciplinar e transdiciplinar que envolve o ensino e o aprendizado de saberes necessários para formação humana, educacional e esportiva, oportunizados através da intervenção pedagógica de profissionais e estagiários das áreas de educação e saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana-Bahia. O Programa tem o objetivo de constituir Escolas de Formação Esportiva (ação com  crianças de 9 a 14 anos) e um projeto de formação de professores, ação coordenada pelo núcleo de pesquisa na área de Educação Física, Esporte e Lazer (que será criado),  buscando neste último contribuir na capacitação de profissionais e estagiários que atuam nestas áreas, nas universidades e na rede pública estadual e municipal de ensino básico. O programa, através da escola de formação esportiva visa atender crianças e jovens moradores de bairros circunvizinhos à Universidade Estadual de Feira de Santana-Ba, e em seu projeto piloto terá suas ações no espaço da própria universidade. O Programa utiliza a metodologia da Pesquisa-Ação como um instrumento científico e pedagógico de transformação social, caracterizando a ação em uma prática educativa que visualiza a formação contínua e emancipação dos sujeitos envolvidos.

 

ABSTRACT

The PEAC - Forward Program: Citizen Action is an action that involves interdisciplinary and transdisciplinary teaching and learning of knowledge necessary for human development, educational and sports, oportunizados through pedagogical intervention of professionals and trainees from the fields of education and health of the State University of Feira de Santana, Bahia. The program aims to provide Training Schools Sports (action with children 9-14 years) and a teacher training project, coordinated by the core research in the area of ​​Physical Education, Sport and Leisure (to be created) the latter seeking to contribute to the training of professionals and interns who work in these areas, in universities and public schools and municipal education. The program, through sports training school aims to serve children and youth living in neighborhoods surrounding the State University of Feira de Santana, Bahia, and its pilot project will have its shares within the university itself. The program uses the methodology of Action Research as a scientific instrument and teaching for social transformation, featuring the action in an educational practice that views the training and empowerment of the individuals involved.

 

 

PEAC: DAS PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS À APROVAÇÃO INSTITUCIONAL – UM BREVE RELATO.

De junho a setembro de 2000, um grupo de estudantes de diversas áreas de conhecimento da Universidade Estadual de Feira de Santana, dentre elas: Educação Física, Pedagogia, Enfermagem e Letras, enfrentavam, como todos os demais estudantes e professores desta instituição, um período de paralisações que reivindicavam especialmente melhores condições de ensino, realização de concursos, melhor infraestrutura, incentivo para pesquisa e extensão, melhoria de salários, culminando em uma greve dos professores. Toda esta atmosfera e um bom período sem aulas para estes estudantes contribuíram para uma maior sensibilização e mobilização dos mesmos. E em encontros sistematizados foi nascendo a ideia do PEAC – Projeto Encaminhar Ação Cidadã, “fruto de um despertar da certeza de que a construção de uma sociedade mais humana, mais justa, mais digna, depende de cada um de nós”. [1]

Com o desejo de mudança e de transformação social, nestes encontros foi construída a ideia de uma intervenção na comunidade. Sendo assim, o grupo direcionou uma ação voluntária com a Ação Cristã Nacional – Creche Escola localizada até os dias de hoje no Bairro Feira IV, que na época atendia crianças 0 a 10. Os acadêmicos, a partir de seus aprendizados (e com suas limitações é claro) acumulados até o 5º semestre de seus cursos, planejaram e executaram oficinas de cuidados à saúde, oficinas de jogos e brincadeiras, oficinas de leitura e artes. Estas atividades foram com as crianças da creche e direcionadas pelos próprios estudantes. A etapa de formação de professores da escola vinculada à creche contou com a participação voluntária de alguns convidados (psicóloga, educadoras) e com a própria contribuição dos estudantes, ministrando cursos de capacitação com temáticas de psicologia da educação, alfabetização de forma lúdica, parâmetros curriculares nacionais, etc.

O Projeto, no entanto, mesmo com uma proposta criativa e propositiva não seguiu adiante. Contudo, onze anos depois, quatro dos sete membros que iniciaram esta ideia se reencontraram, agora como professores efetivos da Universidade Estadual de Feira de Santana-Ba. E eis que ressurge o PEAC, contando agora com a presença de um novo grupo de professores envolvidos pelo mesmo desejo de transformação, os quais compreendem que o compromisso social de uma Instituição de Ensino Superior deve transcender apenas as relações voltadas ao desenvolvimento técnico-científico dos conteúdos propostos nas disciplinas acadêmicas.[2]

Com esta concepção, em 2011, o projeto passa por um processo de reestruturação e a toda comunidade (acadêmicos, professores e representantes de diversas instituições circunvizinhas a UEFS)  é convidada a discutir sobre as suas novas possibilidades. Um novo documento é, então, proposto em uma ação dialética entre professores, estudantes, funcionários e comunidade. A partir das proposições surgidas neste diálogo, o projeto transforma-se em um programa e é submetido ao edital da Pró-Reitoria de Extensão da UEFS (política pública), sendo aprovado em 2012. Neste momento, o programa está em fase de execução e a discussão em pauta é: qual a concepção de esporte que atenderá às necessidades do programa e, especialmente, da comunidade atendida?

 

ENCAMINHANDO UMA AÇÃO CIDADÃ ATRAVÉS DO ESPORTE. DE QUE ESPORTE ESTAMOS FALANDO?

Na Constituição brasileira (BRASIL, 1998), os artigos 6º e 217º definem a prática desportiva e do lazer como um direito social, e que cabe ao poder público promovê-las, buscando garantir o desenvolvimento adequado de uma democracia em que os direitos dos cidadãos sejam garantidos, especialmente as condições adequadas de saúde, alimentação, moradia e aqui, em especial, destacamos o esporte. Esse entendimento é primordial para a garantia da participação política e democrática das populações e para que os projetos na área da Educação Física, principalmente os que lidam com o esporte, atinjam um potencial mobilizador, propositivo e transformador, voltado para as necessidades de desenvolvimento humano.

Experiências e projetos sociais com o esporte são cada vez mais presentes no Brasil, sobretudo os voltados para crianças e jovens carentes. Secretarias públicas, organizações não governamentais e empresas privadas elaboram, financiam e implementam, com grande visibilidade, projetos desse cunho. Essas iniciativas revelam o espaço que a questão vem ocupando na agenda pública e privada, deixando entrever a existência de uma demanda crescente por projetos e iniciativas sociais desse tipo. Contudo, a serviço de quem estão os programas sociais que trabalham com o esporte?

É comum ver, ouvir e ler nestes projetos, na mídia, no diálogo nas praças, nos discursos políticos comentários do tipo: “O Esporte é fator de inclusão social”, “O Esporte promove a ascensão social”, “o Esporte educa”, “O Esporte é saúde”, “O Esporte retira os adolescentes da drogas”. O Esporte pode isto tudo mesmo? De que esporte estamos falando? Daquele que liberta ou do que oprime? Do que integra ou o que exclui? Quem são as pessoas que direcionam este esporte? Como fazem? Por que temos de seguir os códigos e sentidos estabelecidos pelo esporte de rendimento? Quem determina as regras deste jogo? Em que contexto social e histórico este esporte está envolvido?

Como não temos a pretensão, ao menos nesta produção inicial, responder a todas estas perguntas, destacamos uma citação do filósofo Bourdieu que encaminha algumas reflexões que devem ser consideradas  na relação entre o esporte e os campos sociais:

 

deveríamos nos perguntar primeiro sobre as condições históricas e sociais deste fenômeno social que aceitamos facialmente como óbvio, o “esporte moderno”. Isto é, sobre as condições sociais que tornaram possível a constituição do sistema de instituições e de agentes direta ou indiretamente ligados à existência de práticas e de consumos esportivos, desde os agrupamentos “esportivos”, públicos e privados, que tem como função assegurar a representação e a defesa dos interesses dos praticantes de um esporte determinado, e ao mesmo tempo, elaborar e aplicar as normas que regem estas práticas, até os produtores e vendedores de bens (equipamentos, instrumentos, vestimentas especiais, etc.) e de serviços necessários à prática do esporte (professores, instrutores, treinadores, médicos especialistas, jornalistas esportivas, etc.) e produtores e vendedores de espetáculos esportivos e de bens associados (malhas, fotos dos campeões ou loterias esportivas, por exemplo). Como foi se constituindo, progressivamente, este corpo de especialistas que vivem diretamente ou indiretamente do esporte (corpo do qual fazem parte os sociólogos e historiadores do esporte – o que sem dúvida não facilita a colocação do problema)? E mais precisamente, quando foi que este sistema de agentes e de instituições começou a funcionar como um campo de concorrência onde se defrontam agentes com interesses específicos, ligados às posições que ocupam? (BOURDIEU, 1983, p. 136-137).

 

De fato, estas questões mencionadas nos propõem reflexões das quais podemos encaminhar algumas conclusões aparentemente óbvias, mas muitas vezes não compreendidas pelo senso comum. O esporte não integra e não inclui simplesmente ao praticá-lo, o que integra e inclui são as atitudes humanas dos que o conduzem, de quem e como o pratica e com quais objetivos e interesses. Ainda nesta proposta reflexiva, o que vai melhorar a qualidade de vida e saúde das pessoas não é o esporte, e sim um conjunto de fatores que atuam, ou pelo menos deveriam atuar, de maneira integralizada. Sendo assim, boas condições de moradia, acesso a escolas públicas de qualidade, alimentação adequada, segurança pública, condições de transporte, entre outros fatores corroboram para uma condição humana adequada de vida. Com isto, a ideia do esporte como salvador de todas as mazelas, como “salvador da pátria” cai no reprodutivismo cínico e perverso do modelo de produção capitalista.

O Esporte é uma produção cultural humana; contudo, devemos compreendê-lo inserido em um contexto social e deve ser um bem para a humanidade. Neste sentido, Malina (2009) destaca que não basta que o Brasil seja uma potência olímpica ou que o esporte seja um meio para retirar jovens da marginalidade, ou mesmo um modo de ascensão ou mobilidade social. É necessário algo diferente. O esporte pode, por exemplo, servir como meio de denúncia desses problemas globais.

É com esta proposição, buscando romper paradigmas, que o PEAC propõe encaminhar uma ação cidadã: desconstruir, reconstruir o sentido e o significado que é atribuído ao esporte nos tempos atuais, especialmente na iniciação esportiva e nos cursos de formação. Mitos e falsas esperanças são cotidianamente disseminadas sobre, através e com o esporte. Em geral, diversos espaços utilizam o esporte com o objetivo do desenvolvimento da aptidão física, através da repetição do modelo de esporte de alto rendimento, contribuindo assim para a exclusão, na busca do desempenho máximo (alto rendimento), com ênfase na questão técnica/tática, ao priorizar alunos mais talentosos em detrimento daqueles menos talentosos (OLIVEIRA, 2001). A proposta do PEAC não nega o ensino da técnica e da tática do esporte; contudo, busca transcender, religar o homem à natureza e ao próprio homem, ao prazer genuíno das coisas feitas com liberdade e criatividade, contribuindo para a formação de cidadãos emancipados.

O Esporte que pretendemos apresentar à comunidade envolvida no programa corrobora com o pensamento de Freire (2003 apud REVERDITO, 2009), que sugere os seguintes princípios pedagógicos para o ensino do Esporte:

Ensinar Esporte a todos: compromisso com o conhecimento, aprendizado; portanto, deve estar comprometido com o ensinar a todos, independentemente do conhecimento já estabelecido, de sua condição física ou condição social. Compreende assim o jogo/esporte como um direito humano que deve ser estendido a todos os cidadãos, não a um pequeno grupo de privilegiados; Ensinar bem para todos: ou seja, não basta ensinar, é preciso ensinar bem. Um ensinar comprometido com o indivíduo dentro do processo pedagógico; Ensinar mais que esporte a todos: Não pensar apenas no desenvolvimento do talento esportivo, mais que isso, na sua condição humana. O ensinar, ação intencional, sistematizada, deverá estar comprometida com os princípios éticos, morais, afetivos, sociais etc. para, de forma autônoma, levar os indivíduos a compreenderem as próprias ações; Ensinar a gostar do esporte: Para que os aprendizados com o esporte e o próprio esporte possam ser uma realidade em diversos espaços, sendo lúdico, prazeroso em seus momentos de lazer.

O MÉTODO: A PESQUISA-AÇÃO

A Pesquisa-Ação nasceu de uma vontade de eficácia. Neste sentido, como modificar comportamentos humanos de maneira eficaz?

Nos espaços de formação, como exemplo a educação básica e o ensino superior, a separação entre teóricos e práticos, entre o pesquisador e o profissional-ator, se acentuou progressivamente em uma divisão de trabalho intelectual (taylorização do trabalho intelectual): os pesquisadores de um lado e os profissionais atores do outro, com poucos vínculos          , p. 31). Os conhecimentos tornaram-se fragmentados e a ausência de um pensamento e uma ação integralizada produziu por muitas vezes práticas educativas descontextualizadas ou isoladas, não transformadoras.

Neste sentido, Kincheloe (1997 apud FRANCO, 2005 p. 486) afirma que a pesquisa-ação, que é crítica, rejeita as noções positivistas de racionalidade, de objetividade e de verdade e deve pressupor a exposição entre valores pessoais e práticos. Isso se deve em parte porque a pesquisa-ação crítica não pretende apenas compreender ou descrever o mundo da prática, mas transformá-lo.

Reconhecendo que a pesquisa-ação tende a fortalecer a relação entre a teoria e prática; favorecer alianças e comunicações entre pesquisadores e atores; perseguir o duplo objetivo de conhecimentos a desenvolver (pesquisa) e de situações a modificar (ação); produzir um novo saber na ação e para a ação; e se inserir em um processo de tomada de decisão com vista à resolução de problemas. Por esta contribuição, a pesquisa-ação será a técnica de investigação (pesquisa) e o projeto de intervenção (ação) que será utilizado neste estudo, pois a mesma “nos obriga a examinar a relação recíproca entre o saber e ação” (DIONNE, 2007, p. 43). O que deve ficar claro nesta técnica é a “compreensão de concomitância entre a pesquisa e ação e ação e pesquisa” (FRANCO, 2005, p. 496).

Serão observadas as cinco etapas da Pesquisa-Ação destacadas por Neto e Triviños (2004, p. 57): I) Identificação da situação; II) definição dos objetos de pesquisa e da ação; III) planejamento metodológico da pesquisa e da ação; IV) Realização da Pesquisa e da ação; e V) Análise e verificação dos resultados. Todos os processos envolvem todos os atores da pesquisa. 

Projeto Escola de Formação Esportiva:  Esta etapa do projeto será realizada na Universidade Estadual de Feira de Santana/Ba, contando com crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. As ações esportivas vão envolver diversas modalidades esportivas e jogos esportivos (ou pré-desportivos), dentre elas Korfeball, Orientação, Futsal, Handebol, Vôlei, Badminton e Betis.

Registros da Pesquisa – O Diário de Bordo

            A análise e a interpretação serão feitas por meio de registros do diário de bordo (produzido nas ações ligadas a todas as etapas do programa, desde o período de escuta à comunidade até o desenvolvimento das ações do projeto Escola do Esporte), contendo, por exemplo: “dados referentes a compreensões, interpretações, sínteses das leituras de fundamentação teórica; descrição de atividades e práticas do grupo; sínteses das reflexões e decisões grupais, entre outros” (FRANCO, 2005, p. 499).

            Outras técnicas de investigação poderão ser utilizadas: o grupo de execução do programa analisa ainda a utilização de entrevistas (antes, durante e após as intervenções), observação das aulas, entre outros.

Destacamos ainda que além do projeto de iniciação esportiva, o PEAC desenvolverá o Projeto de Formação para Professores. Esta etapa do programa consiste na capacitação de professores e estagiários em Educação Física e áreas envolvidas, garantindo, ainda, a formação continuada de professores da Rede Pública de ensino da cidade de Feira de Santana/Ba como multiplicadores do conhecimento produzido. A proposta inicial é que durante o desenvolvimento deste projeto, serão realizados três ciclos de seminários formativos, com o objetivo de socializar e avaliar os saberes produzidos no programa, além de abrir espaços para relato de experiências dos docentes da rede pública de ensino. Essas ações serão coordenadas pelo Núcleo de Educação Física, Esporte e Lazer que será criado a partir das ações do programa.

 

 

 

CONCLUSÕES PROVISÓRIAS

As primeiras conclusões retiradas da revisão de literatura inicial, do diálogo com a comunidade e contribuição dos professores envolvidos permitem concluir provisoriamente que:

·         Mesmo empiricamente, nota-se que a prática do esporte de maneira sistemática é uma oportunidade para poucos;

·         O Esporte pode ou não trazer contribuições à sociedade, tudo vai depender dos seus objetivos e a serviço de quem este esporte vai ser praticado por crianças e jovens;

·         O Esporte é uma das necessidades do ser humano, outras devem ser garantidas como alimentação e moradia;

·         Não podemos reduzir o esporte à comercialização ou fábrica de talentos.

·         O PEAC deve propor romper com os mitos e falsas esperanças atribuídas ao esporte, oportunizando aos envolvidos no programa uma reflexão constante e atividades que proponham uma visão inovadora para o esporte.

Discutimos o esporte atual, ocultando questões e contradições sociais. Devemos tornar público que o esporte é fruto da condição humana e da transformação da natureza pelo homem (MALINA, 2009). Sendo assim, deve servir para o bem da humanidade, para o desenvolvimento integral do homem.

O PEAC propõe um programa de pesquisa e extensão, concatenado com a afirmação de que ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo, ou seja, pensar certo é fazer certo (FREIRE, 2005). Propomos reiniciar um “novo jogo” social, com novas regras democráticas, formando novos sujeitos, numa relação dialógica com a atual conjuntura social, econômica, cultural da humanidade, considerando o esporte como recurso e método neste processo. Buscamos implantar escolas esportivas formativas para crianças e adolescentes, tentando assim uma transformação social em uma relação dialógica permanente.

 

REFERÊNCIAS

BOURDIEU, Pierre. Coisas Ditas. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.

FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia da Pesquisa-Ação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 483-502, set./dez. 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. 34ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

MALINA, André e CESARIO, Sebastiana, organizadores. Esporte: fator de integração e inclusão social? Campo Grande, MS: ED. UFMS, 2009.

OLIVEIRA, Sávio Assis de. A reinvenção do esporte: possibilidades da prática pedagógica. Campinas, SP: Autores Associados, chancela editorial CBCE, 2001. (coleção educação física e esportes).

REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Scaglia. Pedagogia do esporte: jogos Coletivos de Invasão. São Paulo: Phorte, 2009.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva e Neto; Vicente Molina (organizadores). A pesquisa qualitativa na educação física: alternativas metodológicas. 2ª edição – Porto Alegre: Editora UFRGS / Sulina, 2004.



[1] Trecho retirado da escrita do projeto inicial não publicado. Datado de setembro de 2000.
 
 
[2] Trecho retirado da fundamentação  do P 3crograma aprovado na Pró-Reitoria de Extensão (UEFS).